(Retirada da Net)
Não me venham com teorias de que por vezes é importante os miúdos reprovarem para que consolidem conhecimentos, para que fiquem melhor preparados, para que amadureçam.
Embora muitos até estejam à espera dessa reprovação, a verdade é que a luz da esperança se mantém acesa até ao fatídico momento em que as pautas de aproveitamento final são afixadas.
É um momento doloroso para alunos e para os seus encarregados de educação. É um momento em que muita coisa é posta em causa: o acompanhamento, a educação, o ensino, o ambiente em casa, os professores, o futuro que se projectou, etc., etc. São tantos os factores externos que queremos encontrar para justificar tal situação que nunca mais sairia daqui.
É o momento em que as mães culpabilizam os pais pela fraca ajuda nas tarefas, é o momento em que os pais culpabilizam as mães por serem demasiado «compreensivas» e pouco assertivas na educação (como se só delas dependesse), é o momento em que os professores são postos em causa porque não ajustaram o ensino às necessidades educativas, é momento em que o governo é posto em causa por toda a política má que pratica..... Sei lá, há um infindável número de bodes expiatórios que pretendemos encontrar.
Vantagens da reprovação? Como mãe e professora não encontro nenhuma.
Há um sem número de coisas que se perde, nomeadamente os colegas / amigos que, por vezes, já o são desde o Infantário. Há o sentimento de culpa que, silenciosamente ou não, é atribuído a cada um (aluno e pais). Há um sentimento de vergonha que se não for ultrapassado trará complicações graves no próximo ano, onde a repetência irá ser sempre lembrada. Há um sentimento de incapacidade que trará a «certeza» (na cabeça do miúdo) de que «não irá conseguir».....
O que fazer?
A penalização do tipo deixar de ver os «Morangos», deixar de jogar PSP, deixar de falar no MSN, deixar de ter telemóvel ou mensagens não me parece ser o melhor caminho (é a minha opinião).
Sobrecarregar o miúdo com explicações e cursos intensivos em tempo de férias também não me parece a melhor aposta.
Então o que fazer????
Analisar que falhou, o que levou a este insucesso. Porque não fazer uma análise SWOT?! Porque não analisar os pontos fortes e os pontos fracos, as ameaças e as oportunidades e, com base nesta análise, que deverá ser feita em conjunto, cruzar as conclusões e definir estratégias para o futuro. Estratégias e métodos que terão de ser levados a bom termo, sem permissividades pelo caminho.
Diálogo?
Sempre. Não para «massacrar» o filho com o que deveria ter feito, com as capacidades que tem e que não aproveitou, com o esforço que os pais fizeram e que foi em vão, com as consequências nefastas que terá e por aí fora.
O diálogo deverá ser orientado no sentido de levar o filho a perceber quais os dividendos, as aprendizagens que poderá e deverá tirar desta reprovação e de que forma a poderá utilizar (em seu proveito) no futuro.
Fácil?
Claro que não. É possível? É.
Os pais sofrem e muito com a reprovação dos filhos, mas acredite-se, os filhos sofrem também e muito. Pesado numa balança, não sei se o prato não cairá mais para o lado do aluno.