Sábado, 19.07.08

 

(Retirada da Net)

 

Não me venham com teorias de que por vezes é importante os miúdos reprovarem para que consolidem conhecimentos, para que fiquem melhor preparados, para que amadureçam.

Embora muitos até estejam à espera dessa reprovação, a verdade é que a luz da esperança se mantém acesa até ao fatídico momento em que as pautas de aproveitamento final são afixadas.

É um momento doloroso para alunos e para os seus encarregados de educação. É um momento em que muita coisa é posta em causa: o acompanhamento, a educação, o ensino, o ambiente em casa, os professores, o futuro que se projectou, etc., etc. São tantos os factores externos que queremos encontrar para justificar tal situação que nunca mais sairia daqui.

É o momento em que as mães culpabilizam os pais pela fraca ajuda nas tarefas, é o momento em que os pais culpabilizam as mães por serem demasiado «compreensivas» e pouco assertivas na educação (como se só delas dependesse), é o momento em que os professores são postos em causa porque não ajustaram o ensino às necessidades educativas, é  momento em que o governo é posto em causa por toda a política má que pratica..... Sei lá, há um infindável número de bodes expiatórios que pretendemos encontrar.

 

Vantagens da reprovação? Como mãe e professora não encontro nenhuma.

Há um sem número de coisas que se perde, nomeadamente os colegas / amigos que, por vezes, já o são desde o Infantário. Há o sentimento de culpa que, silenciosamente ou não, é atribuído a cada um (aluno e pais). Há um sentimento de vergonha que se não for ultrapassado trará complicações graves no próximo ano, onde a repetência irá ser sempre lembrada. Há um sentimento de incapacidade que trará a «certeza» (na cabeça do miúdo) de que «não irá conseguir».....

 

O  que fazer?

A penalização do tipo deixar de ver os «Morangos», deixar de jogar PSP, deixar de falar no MSN, deixar de ter telemóvel ou mensagens não me parece ser o melhor caminho (é a minha opinião).

Sobrecarregar o miúdo com explicações e cursos intensivos em tempo de férias também não me parece a melhor aposta.

Então o que fazer????

Analisar  que falhou, o que levou a este insucesso. Porque não fazer uma análise SWOT?! Porque não analisar os pontos fortes e os pontos fracos, as ameaças e as oportunidades e, com base nesta análise, que deverá ser feita em conjunto, cruzar as conclusões e definir estratégias para o futuro. Estratégias e métodos que terão de ser levados a bom termo, sem permissividades pelo caminho.

 

Diálogo?

Sempre. Não para «massacrar» o filho com o que deveria ter feito, com as capacidades que tem e que não aproveitou, com o esforço que os pais fizeram e que foi em vão, com as consequências nefastas que terá e por aí fora.

O diálogo deverá ser orientado no sentido de levar o filho a perceber quais os dividendos, as aprendizagens que poderá e deverá tirar desta reprovação e de que forma a poderá utilizar (em seu proveito) no futuro.

 

Fácil?

 

Claro que não. É possível? É.

 

Os pais sofrem e muito com a reprovação dos filhos, mas acredite-se, os filhos sofrem também e muito. Pesado numa balança, não sei se o prato não cairá mais para o lado do aluno.

 

 

 

 



publicado por Estupefacta às 12:32 | link do post | comentar | ver comentários (15)

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