Quinta-feira, 7 de Junho de 2007

TALVEZ ESTEJA A RETRATAR-ME

 

É-nos difícil reconhecer os nossos defeitos. Eu tenho vários, mas o maior de todos  é ser muito crítica comigo e com os outros.

Este post vem a propósito de um comentário que deixei no blogue que muito visito: http : aspalavrasnuncatedirei .

Sei ser muito dura (penso que todos o sabemos), por norma não o faço (porque não devo e porque penso que não devo magoar as pessoas, não tenho esse direito), sei dizer exactamente as palavras que podem ferir a susceptibilidade de quem as ouve ou lê. TENHO ESTE DEFEITO, RECONHEÇO.

Vou contar um pouco da «minha vida» e daquilo que é intocável nela.

Cresci numa família dita «normal», com os seus problemas, mas onde nunca faltou o amor, a cumplicidade , a união.

Fui uma filha normal, com um pai e uma mãe que me adoram e que são adorados pela filha (não, não sou filha única; somos uma prol de 5).

Desde os meus 17 anos que sou Cristã (não católica), mas não sou parva.... e penso que o Cristianismo não é para os estúpidos, incultos ou para os coitadinhos. Já experimentei viver das duas maneiras (com e sem Cristo) e prefiro, de longe, viver com Ele na minha vida (é um escape, podem pensar.... eu considero um modo de vida).

Mas não sou perfeita nem tenho pretensões em sê-lo.

Casei, depois de tirar o meu Curso, como milhares de tantas.... e pensei que era para toda a vida (até porque é isso que declaramos), mas enganei-me....

O casamento constroi-se «tijolo a tijolo» e o início dessa construção coincide com o início da vida a dois.  O meu casamento, cuja construção havia começado pelo telhado,  durou largos anos, mas as prioridades estavam invertidas.

A minha filha nasceu. Eu deixei de ser a «Maria» para passar a ser a mãe da........

O meu marido não tinha crescido numa família como a minha: o pai dele era desligado, não havia o hábito dos filhos beijarem os pais ao chegar, não havia o hábito de se juntarem à mesa, etc. Vivências diferentes.

As diferenças, com o passar do tempo, foram criando crateras na nossa relação e o divórcio foi inevitável.

Durante a separação tomámos rumos diferentes, como é óbvio. Tinhamos uma filha, é verdade e isso mantinha-nos ligados....

Amadureci.  Aquele era, de facto, o Homem que amava e amei. Quando o conheci ele já era assim e eu sabia disso. Então, Por que não respeitei as suas vivências?! Por que é que a minha tolerância foi «zero»?! Não sei....

A MINHA FILHA PARA MIM É ALGO INTOCÁVEL. Por ela morro, mas também por ela mato... (talvez seja esta a justificação para o meu comentário tão impulsivo).

Hoje estamos juntos de novo, mais maduros, mais tolerantes.

As coisas foram ou são fáceis? Nada disso.....

Coitada, ninguém mais a queria.... (podem pensar), mas não foi bem assim, até porque, graças aos genes, fisicamente as alterações não foram muitas (talvez um pouquinho de rugas, mas como uso «contorno de olhos» desde os 18 anos... e o peso também se mantém).

Temos as «nossas questões», mas ambos sentimos saudades um do outro durante a separação. Ele teve alguém?! Que me importa? Eu tive alguém? Que importa? É passado.... Nenhum de nós é psicólogo e, por isso, não tenho de contar ou de saber pormenores... Terapia de «eu conto-te tudo e não te vou esconder nada» não faço.

Quem sou eu, afinal, para opinar a respeito dos outros ou do que eles possam pensar e escrever? NINGUÉM.

Mas, A MINHA FILHA PARA MIM É ALGO INTOCÁVEL.

 

 

 


sinto-me
música SEM MÚSICA

publicado por Estupefacta às 20:24 | link do post | comentar

15 comentários:
De Estupefacta a 8 de Junho de 2007 às 00:40
Olá Clauclau !
Agradeço a tua visita.
É possível reestruturar sim.
Restaurar uma casa, na maioria da vezes, custa mais (em tempo, em dinheiro, nos materiais utilizados) do que fazer uma nova. No entanto, quando o trabalho termina, a casa fica bela, porque mantém o traço original e é não deixou de ser a que sempre tivemos, aquela onde criámos raízes.
Um beijinho grande


De Clauclau a 8 de Junho de 2007 às 12:09
Obrigada pelas tuas palavras.

Um beijinho


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