(Imagem retirada da Net)
O Natal foi passado em família (há verdades que não precisam de ser ditas ), em casa de um o meu irmão Fernando. Foi, de facto, uma alegria. A minha família e a família da minha cunhada reuniram-se. A algazarra foi a tónica dominante e a chegada do Pai Natal, depois do belo do bacalhau (e das azevias ), foi o momento mais esperado pelos miúdos. A Margarida, com 6 anos ainda acredita no Pai Natal... O meu irmão António lá se vestiu a preceito, com uma sacola às costas, tocou a campainha e «HO HO , chegou o Pai Natal». Os olhos da Margarida sorriam e os das outras crianças também.
As prendas foram distribuídas .... pelas crianças e adultos. A alegria vivida naquela casa foi contagiante.
Graças a Deus a minha cunhada está bem melhor, o cabelo já está a crescer, o meu pai também estava com uma energia magnífica e a minha mãe toda derretida com «os netinhos».
Chegámos a casa já passava das 3 da manhã. A Maria estava cansada, há uns dias que andava a fazer a contagem decrescente. Foi direitinha para a cama (eu sou muito prevenida: levo o pijama, a escova de dentes.... e assim é só chegar e deitar, porque sei que adormece logo no carro).
De manhã, como é hábito, foi a primeira a acordar e junto à lareira estava um embrulho em cima de um sapatinho dela.
- Mãe, o que é isto?!! Entra pelo quarto eufórica.
- Sei lá filha, o quê?
- Isto, vê.
- Então... isso é uma prenda.
- Sim, mas quem ma deu?
- Eu não. Foi o Pai Natal.
A alvorada, neste dia tão cheio de magia e com um significado muito especial para nós, é sempre esta.
Bem durante o almoço, que foi em casa de outro irmão (é o que vale ter uma família numerosa), desta vez do Zé, a Maria não se calava.
- Eu sei que foi a mãe quem pôs lá a prenda.
- Não fui não. Não viste que me fui logo deitar também? Tinha lá tempo para fazer isso (ok, Pinóquio).
- Ó mãe, eu já sou crescida.
A miúda andou a pensar naquilo o dia inteiro.
Regresso a casa com a Diana que veio passar cá uns dias e, depois do jantar (para elas, que eu já nem podia ver comida à minha frente), a conversa foi retomada.
- Vá lá mãe, confessa. Olha para os meus olhos e sem te rires diz que não foste tu.
Fiz um esforço enorme, mordi a língua (mas não morri de veneno, eh eh) e lá disse:
- Maria, não fui eu... foi o Pai Natal.
- Ó mãe confessa....
- Já confessei, não fui eu.
A conversa foi esquecida.
Naquele saquinho estava, entre outras coisas, um bloquinho de notas.
Eis senão quando, a Maria escreveu . «ESTE BLOCO FOI-ME OFERECIDO PELO PAI NATAL NO DIA 25 DE DEZEMBRO DE 2007».
Tão crescida, tão madura e tão infantil ainda. É a minha Maria.
Todos os anos faço isto: há sempre um presente que é posto no sapatinho pelo Pai Natal, porque considero que é importante prolongar esta magia.