A brilhar no céu.
Foi há um ano que a D. Margarida deixou este Mundo.
Ainda jovem, sempre com um sorriso, falava do seu mais que tudo com uma ternura e carinho como só as mães sabem fazê-lo.
Ainda hoje me lembro do telefonema feito pelo «meu sobrinho», no dia 27 de Julho de 2006:
- DT , como é que faço para tratar dos papéis para o próximo ano lectivo?
- Não se preocupe, eu trato disso. A mãe que vá ter comigo à escola.
- A minha mãe já não está cá, partiu....
Fiquei sem palavras, com um nó na garganta e não consegui dizer uma palavra que fosse.
A dor do Pedro não tinha consolo. Afinal, a mãe era tudo o que tinha nesta vida.
A D. Margarida irradiava amor, compreensão, carinho. Era uma das poucas Encarregadas de Educação que sempre esteve presente.
O Pedro durante meses recusou-se a aceitar esta realidade. Tal como eu, também ele não foi ensinado a viver sem a sua mãe.
O luto foi feito.... se é que algum dia se faz totalmente.
Hoje sinto que o Pedro foi algo precioso que entrou na minha vida.
A sua maneira de ser, o modo como disfarça a sua dor, a maneira como vê o mundo, o modo como sente as coisas, o modo como está nesta vida e com ela, em tudo me revejo.
De uma perspicácia rara para jovens da sua idade, o Pedro conseguiu sempre ler nas entrelinhas as mensagens que tentava passar, percebia sempre quando «a tia» (esta é forma carinhosa de me tratar) estava menos bem. As SMS não tardavam: «O que se passa consigo tia? Não gosto de a ver assim».
Hoje, quero dizer ao Pedro, que HÁ UMA ESTRELA que brilha só para ele.
Hoje, Pedro quero dizer-lhe QUE NÃO ESTÁ SÓ!