Hoje numa reunião de Conselho de Turma, a grande questão era a destruturação das famílias, a demissão dos pais das suas responsabilidades, a sociedade que temos, que somos, que criámos, que estamos a criar and... É como discutir o sexo dos anjos. As respostas ficam por dar.
A escola não consegue mudar as famílias e a base de tudo (princípios, valores, desvalores) está em casa. Há cada vez mais famílias monoparentais, os meus, os teus e os nossos são também, cada vez mais, uma constante. Mas são famílias ou não são?!
Cá em casa somos três: eu, a Maria e o cão. Somos também uma família monoparental, mas nem por isso deixamos de ser uma família. Comemos juntas, estudamos juntas, conversamos, discutimos (sou eu mais quem discute, claro), preocupamo-nos. Fazemos tudo o que uma família faz. Ser monoparental não é uma desculpa. Exige um maior empenho e esforço, um maior desgaste é certo, mas não nos podemos agarrar aos lamentos e à falta da figura paterna no dia-a-dia.
Foi uma opção nossa, não dos nossos filhos. Logo, não são eles que devem sofrer as consequências. Digo eu!
Aqui há uns dias, uma amiguinha da Maria veio cá jantar (se deixasse, a casa estava sempre repleta de amigos) e, no meio do jantar, as lágrimas cairam-lhe. Fiquei preocupada e questionei-a. Respondeu-me que tinha saudades de comer assim em família, porque agora janta sempre sozinha.
Fiquei surpresa e pus-me a pensar no que levará as pessoas a mudar de atitude. Se jantavam todos juntos antigamente, porque não o fazem agora? Não têm tempo para os filhos? A família deixou de ter importância? Os filhos não merecem 30 minutos de atenção?
A que conclusão cheguei? Não sei... a nenhuma.