(Retirada da Net)
Vem este post a propósito de um post da minha amiga Daplanície sobre o facto da família ser a âncora de toda a educação. Vou passar, então, a relatar o momento em que percebi que antes de ser professora sou mãe e que esta é a minha profissão 24 horas por dias, 365 dias por ano e... adum eternum.
A Maria tinha uma festinha de Natal no 1º ano do 1º Ciclo. Eu tinha em simultâneo uma festinha na minha escola com a minha direcção de turma da altura. O dia e a hora da festa foram marcados pela direcção e não por mim.
Pensei, bem sou professora, esta é a minha profissão e, por isso, vou ficar com os meus alunos.
Em má hora optei por isto. À noite, quando regressei a casa, as palavras da minha filha fizeram-se ouvir:
- «Todos os meninos tinham lá os pais, menos eu que só tinha a avó Rosa (a ama que a criou desde os 3 meses de idade)».
Na altura, aquelas palavras da minha filha tocaram-me o mais fundo do meu ser. Percebi que a pessoa mais importante da minha vida era a minha filha, percebi que poderia viver sem os meus alunos, que poderia ter outra profissão, mas.... mas não poderia deixar de ser mãe, nem poderia viver sem a minha filha.
Desde esse dia, aconteça o que acontecer, tenha todas as faltas que tiver, deixe os meus alunos todos, NUNCA, mas NUNCA mesmo vou deixar de participar nas «coisas» da minha Maria.
Lembro-me de ficar a brincar com ela e de lhe ler uma história ou 2 ou 3 até adormecer. Lembro-me de adormecer primeiro do que a Maria e de ter de pôr o despertador para as 23H30 ou 24H00 para poder acabar os trabalhos que havia deixado. Aquele era um momento único, ficasse o que ficasse.
Não posso nem quero que a minha filha fique em segundo plano. Não posso nem quero ouvir de novo aquelas palavras.