Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

 

 

(Retirada da Net)

 

Vem este post a propósito de um post da minha amiga Daplanície sobre o facto da família ser a âncora de toda a educação. Vou passar, então, a relatar o momento em que percebi que antes de ser professora sou mãe e que esta é a minha profissão 24 horas por dias, 365 dias por ano e... adum eternum.

 

A Maria tinha uma festinha de Natal no 1º ano do 1º Ciclo. Eu tinha em simultâneo uma festinha na minha escola com a minha direcção de turma da altura. O dia e a hora da festa foram marcados pela direcção e não por mim. 

Pensei, bem sou professora, esta é a minha profissão e, por isso, vou ficar com os meus alunos.

Em má hora optei por isto. À noite, quando regressei a casa, as palavras da minha filha fizeram-se ouvir: 

- «Todos os meninos tinham lá os pais, menos eu que só tinha a avó Rosa (a ama que a criou desde os 3 meses de idade)».

 

Na altura, aquelas palavras da minha filha tocaram-me o mais fundo do meu ser. Percebi que a pessoa mais importante da minha vida era a minha filha, percebi que poderia viver sem os meus alunos, que poderia ter outra profissão, mas.... mas não poderia deixar de ser mãe, nem poderia viver sem a minha filha.

Desde esse dia, aconteça o que acontecer, tenha todas as faltas que tiver, deixe os meus alunos todos, NUNCA, mas NUNCA mesmo vou deixar de participar nas «coisas» da minha Maria. 

Lembro-me de ficar a brincar com ela e de lhe ler uma história ou 2 ou 3 até adormecer. Lembro-me de adormecer primeiro do que a Maria e de ter de pôr o despertador para as 23H30 ou 24H00 para poder acabar os trabalhos que havia deixado. Aquele era um momento único, ficasse o que ficasse.

Não posso nem quero que a minha filha fique em segundo plano. Não posso nem quero ouvir de novo aquelas palavras. 

 

 


sinto-me mãe

publicado por Estupefacta às 16:41 | link do post

De Genny a 25 de Novembro de 2008 às 17:08
Eu sempre estive presente na vida da minha filha, pedia para gozar um dia de férias em dias de festinhas escolares e nunca me arrependi de tal. Mas sei que a minha filha guarda uma grande mágoa, porque o pai está quase sempre ausente!
Enquanto puder irei sempre acompanhá-la!
Um grande abraço para as duas e os parabéns atrasadotes à Maria


De Estupefacta a 25 de Novembro de 2008 às 18:05
Eu não fazia isso até então. Agora ponho sempre o artigo 102º, que é o tal que se desconta nos dias de férias.
Não fiques triste em relação à tua Tesouro e ao pai. Um dia havemos de falar sobre isso. As coisas por cá não são muito diferentes, mas o que importa é que elas nos têm.

Beijinho grande para as duas


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