Sou mãe da Maria. Que grande novidade!!!!!!
A Maria cresceu e muito neste último ano. É engraçado, todas as minhas amigas e amigos dizem que esta é uma fase complicada, que a adolescência é a idade da «aburrescência», da prateleira...., mas eu estou a adorar vivê-la com ela.
Tenho consciência de que não me conta, nem me contará nunca tudo, mas existe uma grande cumplicidade entre nós. Essa é a verdade.
Não sou uma mãe muito liberal, mas também não sou nenhuma «melguinha» que ando sempre em cima da miúda a recriminá-la, a fazer-lhe críticas e a lembrar-lhe que sou sua mãe, que sei mais do que ela, que já vivi mais, que já cá ando há mais tempo e que eu é que sei.
Também não pretendo ser a sua melhor amiga, como não ela não é a minha. Há coisas que não lhe conto (óbvio) e coisas que sei que ela vai guardar só para ela ou que partilhará apenas com as amigas. O que hei-de fazer? Nada. Eu também fui assim e não me esqueço disso, ou pelo menos ainda não me esqueci.
Tenho confiança na Maria? Tenho pois. E a fase de andar a «cuscar» o telemóvel dela também já me passou. Agora sei que já se consegue defender melhor, que sabe seleccionar as companhias (e tem dado provas disso), que se consegue organizar com os seus afazeres, deveres e responsabilidades.
É prematuro dizer isto? Pois, talvez.... Mas, como considero que tudo tem um princípio e o principio dela tem sido positivo, acredito que não sairá muito dos carris.
A verdade é que continuo a deliciar-me com as suas conversas, com as suas «confissões», com as suas piadas, com a sua «sapiência».
A adolescência é uma fase difícil? Não digo que não... mas o diálogo é fundamental, a partilha tem de ser constante e a atenção (entenda-se, não perseguição) tem de ser redobrada.
Atenção quanto às transformações físicas, psicológicas, de personalidade, de afirmação, inquietações, receios, dúvidas, frustrações. É esta a atenção que lhe dou, com muita conversa, com muito respeito pelo seu silêncio (se assim o entender como foi o caso de ontem), com muito carinho e amor.
As palavras, como já referi, têm um peso extraordinário na formação do individuo e palavras de desapreço eu não profiro para a minha filha, nem em relação a ela. Palavras de desagrado face a uma ou outra atitude sim, mas nunca de desmoralização, de desrespeito pela sua dignidade, pelo seu ser.
Consigo ser assim tão equilibrada? Pois.... não sou mãe perfeita, mas sou mãe.
Brevemente retomarei este assunto, mas no Clube Mammy.